Anualmente, desde 1988, o FGVcia – Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – divulga um amplo retrato do mercado de Tecnologia de Informação (TI) com base em estudos e pesquisas sobre o tema junto às empresas brasileiras.
Os dados levantados pela instituição na 34ª edição da pesquisa anual do uso de TI mostram a relação do brasileiro com dispositivos digitais, os investimentos em TI nas empresas, o gasto total destinado a TI e muitos outros insights de médias e grandes empresas no país.
E quando o assunto é tecnologia e processo de transformação digital, nós queremos saber, não é mesmo?
Neste artigo, nós selecionamos os principais destaques da pesquisa sobre o uso de TI nas empresas para você entender melhor sobre o cenário atual e as tendências desse ambiente tão dinâmico.
Continue a sua leitura e saiba mais!
Um pouco sobre a Pesquisa Anual do Uso de TI
O levantamento deste ano atualiza dados e amplia os estudos das outras edições da pesquisa, permitindo estudar e identificar diferentes tendências no uso de TI entre diferentes empresas no Brasil.
Nesta 34ª Edição, a pesquisa trouxe 2.660 respostas válidas de empresas brasileiras e de capital privado dentre as mais de 10 mil pesquisadas.
Isso trouxe uma amostra considerável que retrata a situação das empresas no início de 2022. Das 500 maiores empresas do país, 66% participaram da pesquisa.
Principais tópicos da Pesquisa Anual do Uso de TI no Brasil
O documento mostra como está o uso de TI no Brasil pela quantidade de dispositivos digitais, o volume de vendas de dispositivos e TVs no Brasil e mundo, os investimentos das empresas em TI, e a análise de mercado de diferentes categorias de softwares.
O que mais chamou a atenção nesta 34ª Edição foi a confirmação do valor da antecipação da adoção da TI nas empresas. Ela confirma que há uma antecipação do processo de transformação digital e uso da TI nas empresas de 1 a 4 anos.
Mas outros resultados são muito interessantes. Veja:
2 dispositivos digitais por habitante
A pesquisa mostra que há 464 milhões de dispositivos digitais no Brasil, considerando computador, notebook, tablet e smartphone. Isso representa mais de 2 dispositivos por habitante, sendo notável que o uso de smartphone domina na maioria das empresas, como bancos, compras e mídias sociais.
Mais de 249 milhões de celulares inteligentes em uso
Há mais de 1,2 celulares inteligentes em uso no Brasil por habitante. Isso significa que o Brasil possui mais de 249 milhões de smartphones em uso. Só para você ter ideia, isso significa que a cada TV no Brasil, vende-se cerca de 3 celulares.
Adicionando os Notebooks e os Tablets são 352 milhões de Dispositivos Portáteis ou 1,6 por habitante.
Mais de 215 milhões de computadores
Ainda segundo a FGV EAESP, existe 1 computador por habitante no Brasil, considerando desktop, notebooks e os tablets. E os hábitos podem aumentar ainda mais a venda e o uso de dispositivos como esses, principalmente o trabalho e o estudo híbrido.
Pesquisa Anual do Uso de TI aponta que cresce o investimento das empresas
Não importa o ramo no qual a empresa atua, os gastos e investimentos em TI têm subido ano a ano, desde 1992. Na última pesquisa, as empresas reservaram cerca de 9% de todo o seu faturamento líquido para investir na informatização, dada a sua importância para os negócios existentes.
No setor bancário, por exemplo, esse investimento cresceu 18%, atingindo 35 bilhões de reais, sendo uma categoria de destaque.
Esse Índice é o gasto total destinado a TI, incluindo equipamento, instalação, materiais e softwares e até investimento direto e indireto com pessoal de TI, dividido pela receita da empresa.
Custo anual de TI por usuário
A pesquisa apresenta os gastos e investimentos em TI dividido pelo número de usuários da empresa para chegar no custo anual.
Segundo a Pesquisa Anual do Uso de TI no Brasil em 2023, esse número era de R$ 52.000.
Esse valor cresce com o tamanho da empresa e também varia conforme o ramo. Nas empresas de serviços, a média é de R$ 62.000; já na Indústria, esse valor fica em torno de R$ 45.000. Enquanto isso, o segmento bancário é um dos líderes, com R$ 138.000 investidos por usuário.
Mercado de softwares
A pesquisa ainda levanta a participação no mercado dos fabricantes de 26 categorias de software. A Microsoft lidera várias categorias no setor corporativo e doméstico, principalmente no setor de videoconferências: o Microsoft Teams cresceu para 42%, ultrapassando o Zoom, que ficou com 35% do mercado.
Entre os fabricantes que mais cresceram, temos o Google e o Qlik.
Além disso, os sistemas integrados de gestão também foram muito solicitados, onde os softwares da TOTVS e da SAP têm preferência nas menores e maiores empresas, respectivamente.
Nuvem é destaque nesta edição da Pesquisa Anual do Uso de TI no Brasil
Em um dado inédito, a Pesquisa Anual do Uso de TI no Brasil revela que a adoção da nuvem tem aumentado constantemente nos últimos anos. Mais de 90% das grandes organizações pesquisadas afirmam ter pelo menos um tipo de carga de trabalho na nuvem.
Com isso, elas afirmam que cerca de 42% do seu processamento ou dados corporativos são armazenados na nuvem e apontam que ainda existe muito espaço para crescer e chegar a níveis dos países mais desenvolvidos: a média americana está em 52%.
Faltam talentos de TI especialistas
As organizações enfrentam a falta de talentos para liderar os principais projetos de TI na área de Inteligência Analítica e Business Intelligence. Esses projetos buscam lidar com a explosão do volume, variedade, velocidade e complexidade de uma enorme gama de dados.
Tudo isso demanda uma análise competente para separar e limpar o que é relevante do que é irrelevante, além de aplicar uma interpretação adequada.
Como a demanda por recursos está aumentando, as organizações estão se organizando para conquistar profissionais nessa área.
A Pesquisa Anual do Uso de TI é rica em informações estratégicas para quem acompanha o mercado de tecnologia. Se você é profissional da área, aproveite as oportunidades que estão por vir, identificadas no relatório.
Perceba que as tendências mostram intenção de investimento, procura por novos talentos e foco na transformação digital, o combo ideal para desenvolver a carreira profissional no setor.