Novas funcionalidades, melhores tecnologias e apelo pela novidade fazem com que os dispositivos eletrônicos sejam trocados a todo o momento. Não é de se espantar que um smartphone tenha em torno de 18 meses de “vida” até ser substituído por um novo modelo.
Segundo a Revista Galileu, em média, são descartados 6,7 quilos de lixo eletrônico por habitante, mundialmente falando. E nessa hora, muitas pessoas ficam com dúvida sobre o que fazer com os equipamentos antigos. Em qual lixo dispensar? É possível reciclar? Doar?
Este post pretende explicar o que é lixo eletrônico e suas principais questões, além de indicar o caminho para dispensar equipamentos corretamente. Ainda, é um convite para pensar fora da caixa, e perceber que o seu notebook obsoleto e esquecido pode ser uma oportunidade para alguém.
O que é lixo eletrônico?
Vamos começar organizando os conceitos, ok? Para isso, é preciso explicar que existe diferença entre resíduo e rejeito eletrônico, segundo o IBAMA:
- resíduos eletroeletrônicos: são os produtos eletroeletrônicos descartados, incluindo todos seus componentes e periféricos que faziam parte do equipamento;
- rejeitos eletroeletrônicos: resíduos eletroeletrônicos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, incluídas a desmontagem, a descaracterização e a reciclagem, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
Na prática, as pessoas consideram os dois conceitos como lixo eletrônico, quando o ideal seria estar associado apenas aos resíduos que não podem ser aproveitados, você não acha?
Contudo, o importante é que o assunto entrou na pauta de empresas, eventos e profissionais atentos às questões de sustentabilidade, e também a inclusão digital. Ainda, é possível encontrar outros termos associados ao lixo eletrônico, como e-lixo.
Quais são as principais questões do lixo eletrônico?
Em um estudo feito pela ONU, o Global E-Waste Monitor, foi identificado que o Brasil é o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina. E mais: ocupa a 7ª posição no ranking mundial.
Somado a isso, pesquisas indicam que apenas 3% do descarte de eletrônicos é encaminhado para a reciclagem, e a maior parte dos equipamentos é descartada de maneira incorreta.
Vale destacar que o lixo eletrônico é um assunto que impacta questões ambientais, de saúde pública e sociais.
Impacto ambiental
Os dispositivos eletrônicos apresentam metais pesados na sua composição, como mercúrio. Esses metais, ocasionam a contaminação do solo e de rios, o que causa prejuízos para o ecossistema e para a saúde humana.
Somado à questão, há aparelhos revestidos de plástico, outro material que apresenta problemas de destinação correta no Brasil.
Risco à saúde
Os mesmos metais pesados que contaminam a natureza, também prejudicam a saúde de todas as pessoas. Desde quem trabalha diretamente com a coleta de lixo, até você, que está em casa ou no escritório.
A contaminação do solo e das águas atinge a todos, e pode desencadear em doenças graves, como o câncer. Isso acontece porque os metais pesados são bioacumulativos, e desta forma, se armazenam no corpo são capazes de ocasionar problemas de saúde.
Leis e responsabilidade
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos tenta assegurar que os eletrônicos sejam coletados pelas empresas fabricantes após o uso do consumidor. Tanto que em 2020, foi assinado o decreto que regulamenta a logística reversa e obriga empresas a disponibilizarem sistemas de coleta para a destinação correta dos produtos.
Oportunidade de inclusão
Em dados levantados em 2019, o Brasil contabilizou 122 milhões de usuários com acesso à internet. Logo, este número equivale a 59% da população. Neste cenário, ainda há questões econômicas e sociais que aumentam as barreiras para que mais brasileiros estejam conectados.
Diante disso, a destinação correta de lixo eletrônico pode ser uma oportunidade para a inclusão digital. Algumas iniciativas coletam computadores e smartphones em desuso para que sejam doados a quem precisa.
Como descartar lixo eletrônico?
Agora que você está por dentro das principais questões sobre o lixo eletrônico, saiba como fazer o descarte correto, na prática. Para isso, você tem 3 caminhos:
- Logística reversa: devolver o equipamento ao fabricante, conforme diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para isso, é preciso verificar com a empresa como é feito o processo.
- Reciclagem: descartar em pontos de coleta específicos para eletroeletrônicos, os quais destinam corretamente o aparelho.
- Doação: existem projetos que recolhem computadores e outros dispositivos em desuso, fazem os ajustes necessários e doam para quem precisa.
A relação do lixo eletrônico com a inclusão digital
Verdade seja dita: hoje em dia, a tecnologia é essencial! A conexão com o meio digital tem um significado bem maior que o acesso à internet. Logo, smartphones, computadores e smartwatch são pontes que nos conectam com esta realidade. Porém, vale lembrar que nem todas as pessoas têm esta oportunidade.
Neste contexto, doar os equipamentos obsoletos e em desuso é uma alternativa para lidar com o lixo eletrônico e para agir socialmente. Ao fazer doação de computadores, por exemplo, você possibilita que pessoas sem condições possam ter acesso ao meio online.
Para isso, é legal procurar iniciativas responsáveis e que priorizem grupos que precisam fazer parte da inclusão digital, como as comunidades de baixa renda, escolas sem equipamentos, idosos, etc.
Por fim, saiba que a Lisa IT está conectada com estes assuntos. Se você quer acompanhar outros conteúdos como esse, siga o nosso perfil nas redes sociais. Lá, você vai conferir informações importantes do mercado de TI, sem esquecer das questões sociais e ambientais, como a inclusão digital e o lixo eletrônico.
